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Eu já fui de tudo
Mas contudo
A roda gira
O tempo expira
E eu sempre volto
E me comporto
Como uma menininha
Travessa condessa
Ou uma pequena fada
Ou uma bruxa alada
Ou uma deusa esquecida
Ferida
Em minha inocência original
Não faz mal
Sempre se aprende
Se vende
Se cresce
Se despe
Se veste
De pecados e de lírios
Em delírios
Luminosos e indescentes
No branco dormente
Do fundo do olho
E fica de molho
A rosa negra
Numa total entrega
De corpo e de alma
Num ser que acalma
A criança esquecida
Sobre a flor adormecida
O Lotus Sagrado
Sempre renovado
De Morte e de Vida...
Porto Alegre,07/12/2009
Imagem:Raipun
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