.Imagem: Jia Lu

MEUS POEMAS,INSPIRADOS NOS MOMENTOS DE SOMBRAS...E DE LUZ....

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ONDE FALTA BELEZA NO QUE ESCREVO, FOI DITADO POR MEU EGO;
ONDE A BELEZA EMERGE COMO PEQUENOS PONTOS CINTILANTES NA INTRINCADA TRAMA DE UMA TEIA,
COMO O SUSSURRAR DA BRISA EM MINHA JANELA,
OU AINDA COMO O DELICADO AROMA DE FLORES DE LARANJEIRA EM UMA NOITE DE LUAR,
ESTA BELEZA, COM CERTEZA, FOI INSPIRADA PELO ENCANTO DAS MUSAS...







terça-feira, 22 de outubro de 2013

......

Quanto de mim sou eu?
Quanto eu sou de mim?
Nesta terra ainda deserta
Intocada
Orvalhada de esperança
O olhar de uma criança
A cada nova descoberta
Desperta
Aos poucos o que eu sou...

Porto Alegre, 21/10/2013

sábado, 21 de setembro de 2013

AS XAMÃS



Elas brotaram no escuro da terra
Com  seus pés descalços
Calçaram encantos
Entoaram cantos
Se abriram em cores
E o aroma de flores
De ervas, rezas, ladainhas
Acalentam os seus braços frágeis
Os seus colos fortes
Não temem a morte
Carregam a sorte
E no umbral entre mundos
Tão velhas, tão velas
Tão belas
Acolhem as feridas
Transportam a vida...

Anna Geralda Vervloet Paim
Porto Alegre, 21/09/2013

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

PRECE

Foste jogada aos infernos
Mas subiste aos céus
Amparada pelas estrelas
Saudaste a lua
Abrindo as negras asas
E as vestes escuras
Abençoaste a terra
Com sangue
O teu sangue derramado
Em todas as mulheres
A cada lua
A cada parto
A cada primeiro homem
Em cada gesto de violência
Perpetuada há gerações
No oriente e no ocidente
Contra  o nosso corpo
A nossa força
A nossa alma
Em cada mulher Lilith chora
Que tenhamos força
De quebrar elos
Espatifar correntes
Arrebentar grilhões
E sair do inferno
E novamente
Resgatar a terra
Por todos nós...

Porto Alegre, 27/08/2013

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

GRAAL DA SERPENTE

Não me traga amor
Nem flor, nem dor
Nem carinho
Só me traz o vinho
Seco e tinto
Pois o que sinto
Tem o travo do fel
E desce como mel
E me degusta a alma
Me prova na calma
Dos inocentes
Agora somente
Vou ficar calada
Não diga nada
Me estende a mão
Me canta a canção
Da taça de vinho
Que num desalinho
A alma embarca
No vôo dos sonhos
Nas asas do vento
No barco do copo
No corpo do tempo
E na entrada do templo
A mente se apaga
E a serpente afaga
As sete flores, sete cores
Incandescentes
E a alma semente
Tão somente
De sombras e luz!

Porto Alegre, 22/08/2013




sábado, 20 de julho de 2013

POR- DO- SOL

Por- do - sol
No rio, no lago, no mar
Beleza e tristeza
Êxtase e alegria
Agonia
Das águas, do céu, da luz
E do meu olhar...
Chamas do dia
Chamando a noite
Saudando a Lua
Evocando as fadas
As magas, a magia
A minha loucura
E o meu sonhar...
Por - do- sol
Escorrendo céu e sal e águas
No horizonte
E no meu olhar...

Porto Alegre, 20/07/2013

quarta-feira, 17 de julho de 2013

PERDAS E DANOS



Mais um dia  se passou
E eu aqui estou
Entre perdas e danos
Insanos,  lúcidos
Sagrados, profanos
E eu aqui calada
Meu cristal quebrado em mil pedaços
Frágeis estilhaços
De minha alma  desencantada...

  Porto Alegre, 17/07/2013

terça-feira, 2 de julho de 2013

DESENCANTO

A gente morre mil mortes todos os dias
Mortes pequenas e sutis
Como gotas de veneno
Pleno
De nostalgia
A alegria é passageira
A dor é passageira
A paz é passageira
E descem todas na mesma estação
Do metrô ou do trem
Mas a morte não
Ela anda sem pressa
De mãos dadas com a vida
Embalando berços de sonhos e de névoa
E rindo da miséria humana...

Porto Alegre,02/07/2013

ELA



Ela chegou com os seus pés descalços
E dançou nua ao sabor do tempo
Com o cabelo de fogo ao sabor do vento...

Me enfeitiçou com os seus olhos verdes
Seu colar de ossos espalhando runas
E seu canto encanto invocando as brumas
As bruxas, os anjos e o meu sentimento
Seus braços fortes me embalando os sonhos
De vida e morte
E renascimento...

Porto Alegre,02/07/2

sexta-feira, 28 de junho de 2013

ANTROPOMORFIA



Eu sinto o pólen
Ouro nas asas do vento
Conhecer o aroma
O sexo das flores
A doçura do mel
Melissa
A voar na espiral
À perfeição hexagonal
Da colméia
E nos meus vales
Minhas cavernas
Minhas sombras
A loba uiva...
O chamado

Da alcatéia
Das ancestrais...

Porto Alegre,24/06/2013

CANTO DO AMANHÃ



Amanhã eu faço
Amanhã eu traço
Amanhã eu vou
Eu sei quem sou
Mas me deixa o hoje
Só hoje
Calada
Sem pressa
Sem lei
Sem nada
Amanhã eu bebo
Do meu próprio trago
Eu pago
O preço do mel
O preço do fel
Do sal
Do meu próprio sangue
Amanhã eu bato
Eu corto
Eu mato
Eu danço a dança
Dos ventos
Dos tempos
Dos templos
Das ruas
Mas hoje
Me deixa nua
Crua, pura
Escura
Só hoje...

Porto Alegre, 24/06/2013