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As luzes das cidades
Das promessas das vitrines
Me cegaram
Me desampararam tanto
Sufocaram
Eu preciso respirar estrelas
Me banhar de lua
Me vestir de flores
Me embriagar de chuvas
Me deitar na terra
Me rolar na grama
Voltar à caverna
Escutar o canto
Do silêncio
A voz das sombras
A sabedoria nas teias
Das areias do tempo
No templo oculto
Da jornada inicial de minha alma...
Que venham as bruxas e os anjos
E me refaçam
Numa aurora incandescente
Transparente alquimia
Nua e crua de venenos e verdades...Porto Alegre,17,09,2010
Imagem:obra do artista Frizzell